A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou uma desaceleração no reajuste médio dos planos coletivos de assistência médico-hospitalar em 2025. Segundo a atualização do Painel de Reajustes, que reúne dados encaminhados pelas operadoras até agosto, o aumento médio aplicado no ano foi de 11,15%, abaixo dos 13,19% registrados em 2024.
A queda ocorre após dois anos de aceleração dos custos do setor. Em 2022, o reajuste médio chegou a 11,48%, e, em 2023, atingiu 14,14%, influenciado pela recomposição pós-pandemia e pela retomada de procedimentos eletivos. O novo patamar indica um movimento de acomodação, embora ainda acima dos níveis observados antes da crise sanitária.
A série histórica do painel mostra que a última década foi marcada por forte volatilidade nos reajustes. O maior aumento — 15,74% em 2016 — refletiu um período de alta generalizada dos custos médico-hospitalares. Já o menor índice ocorreu em 2021 (6,43%), após a queda abrupta na utilização dos serviços durante a pandemia, que reduziu temporariamente a pressão sobre as operadoras.
Desde 2022, porém, o setor voltou a registrar elevação consistente, acompanhando o crescimento da sinistralidade e o encarecimento de insumos, materiais hospitalares e exames. A redução observada em 2025, ainda que pequena, marca a primeira reversão de tendência desde 2021.
Um recorte central do painel da ANS mostra que os contratos com menos de 30 vidas continuam concentrando os reajustes mais altos do mercado. Esses planos, que seguem a regra do Agrupamento de Contratos — mecanismo que reúne administradoras e operadoras para cálculo médio dos reajustes — tiveram aumento de 14,81% até agosto.
A diferença para os contratos de maior porte, cujo reajuste médio ficou em 9,95%, permanece estável ao longo dos anos e reflete fatores como menor diluição de risco, maior variabilidade de custos e menor poder de negociação por parte de pequenas empresas ou grupos familiares.
A base de beneficiários desses contratos também vem se expandindo. Em 2024, 23,9% dos usuários vinculados a planos coletivos reajustados estavam em contratos pequenos; em 2025, a proporção ficou em 23,6%. Chamam atenção especialmente os contratos com até cinco vidas, que cresceram de 4,7% em 2014 para 15% na mais recente medição — um sinal de pulverização crescente e de maior adesão de pequenos negócios e famílias ao modelo coletivo.
No mercado de planos exclusivamente odontológicos, o movimento é de maior estabilidade. O reajuste médio desses contratos foi de 3,68% entre janeiro e agosto de 2025, praticamente o mesmo patamar registrado em 2024 e inferior aos valores de 2022 e 2023.
Embora também exista diferença entre pequenos e grandes contratos, os percentuais são menos discrepantes. Os planos com menos de 30 vidas registraram aumento médio de 5,29%, enquanto os contratos maiores ficaram em 3,27%.
Nesse segmento, não se aplica a regra do agrupamento — cada operadora define seu índice com base na própria carteira, o que contribui para variações menores e mais previsíveis.
Assim como no segmento médico-hospitalar, a presença de pequenos contratos odontológicos cresce de forma contínua. Eles representavam 9,7% dos beneficiários em 2014 e chegaram a 21,2% em 2024, segundo os dados da ANS.
Painel de Reajustes
02/12/2025|21:13|Brasília
Crédito: USP Imagens Planos de Saúde
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou uma desaceleração no reajuste médio dos planos coletivos de assistência médico-hospitalar em 2025. Segundo a atualização do Painel de Reajustes, que reúne dados encaminhados pelas operadoras até agosto, o aumento médio aplicado no ano foi de 11,15%, abaixo dos 13,19% registrados em 2024.
A queda ocorre após dois anos de aceleração dos custos do setor. Em 2022, o reajuste médio chegou a 11,48%, e, em 2023, atingiu 14,14%, influenciado pela recomposição pós-pandemia e pela retomada de procedimentos eletivos. O novo patamar indica um movimento de acomodação, embora ainda acima dos níveis observados antes da crise sanitária.
A série histórica do painel mostra que a última década foi marcada por forte volatilidade nos reajustes. O maior aumento — 15,74% em 2016 — refletiu um período de alta generalizada dos custos médico-hospitalares. Já o menor índice ocorreu em 2021 (6,43%), após a queda abrupta na utilização dos serviços durante a pandemia, que reduziu temporariamente a pressão sobre as operadoras.
Desde 2022, porém, o setor voltou a registrar elevação consistente, acompanhando o crescimento da sinistralidade e o encarecimento de insumos, materiais hospitalares e exames. A redução observada em 2025, ainda que pequena, marca a primeira reversão de tendência desde 2021.
Um recorte central do painel da ANS mostra que os contratos com menos de 30 vidas continuam concentrando os reajustes mais altos do mercado. Esses planos, que seguem a regra do Agrupamento de Contratos — mecanismo que reúne administradoras e operadoras para cálculo médio dos reajustes — tiveram aumento de 14,81% até agosto.
A diferença para os contratos de maior porte, cujo reajuste médio ficou em 9,95%, permanece estável ao longo dos anos e reflete fatores como menor diluição de risco, maior variabilidade de custos e menor poder de negociação por parte de pequenas empresas ou grupos familiares.
A base de beneficiários desses contratos também vem se expandindo. Em 2024, 23,9% dos usuários vinculados a planos coletivos reajustados estavam em contratos pequenos; em 2025, a proporção ficou em 23,6%. Chamam atenção especialmente os contratos com até cinco vidas, que cresceram de 4,7% em 2014 para 15% na mais recente medição — um sinal de pulverização crescente e de maior adesão de pequenos negócios e famílias ao modelo coletivo.
No mercado de planos exclusivamente odontológicos, o movimento é de maior estabilidade. O reajuste médio desses contratos foi de 3,68% entre janeiro e agosto de 2025, praticamente o mesmo patamar registrado em 2024 e inferior aos valores de 2022 e 2023.
Embora também exista diferença entre pequenos e grandes contratos, os percentuais são menos discrepantes. Os planos com menos de 30 vidas registraram aumento médio de 5,29%, enquanto os contratos maiores ficaram em 3,27%.
Nesse segmento, não se aplica a regra do agrupamento — cada operadora define seu índice com base na própria carteira, o que contribui para variações menores e mais previsíveis.
Assim como no segmento médico-hospitalar, a presença de pequenos contratos odontológicos cresce de forma contínua. Eles representavam 9,7% dos beneficiários em 2014 e chegaram a 21,2% em 2024, segundo os dados da ANS.
O Painel de Reajustes compila apenas os contratos regulados pela Lei nº 9.656/1998, com preço preestabelecido, e considera os reajustes anuais efetivamente aplicados pelas operadoras. As informações são enviadas diretamente por elas e atualizadas trimestralmente pela ANS após o encerramento dos comunicados obrigatórios.
Além dos dados agregados, a ferramenta permite consultas por tipo de contratação, porte do contrato, modalidade da operadora e volume de beneficiários, além de oferecer visualização individualizada por empresa — recurso usado por especialistas e consumidores para acompanhar o histórico de aumentos de cada operadora.
Fonte: JOTA. Leia matéria completa.